Atualmente, um dos trabalhos desenvolvidos pela APAE-BH é o Grupo Autonomia, que se dedica a atividades de reabilitação de crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem e aplicação de conhecimentos relacionados a atividades de vida diária e vida prática.

Os déficits cognitivos e adaptativos podem interferir no desenvolvimento da autonomia e da independência de pessoas com deficiência intelectual, sendo necessária a avaliação de seu comportamento adaptativo, a fim de ajustar o planejamento e as metas terapêuticas, visando perceber melhor os usuários e suas reais necessidades.

Assim, é importante a utilização de instrumentos capazes de mensurar o nível de funcionamento adaptativo, como por exemplo, a Escala do Comportamento Adaptativo – Vineland, que por meio de uma entrevista semiestruturada com os responsáveis pelos usuários, avaliam-se as capacidades de autossuficiência na comunicação, habilidades de vida diária, socialização e habilidades motoras.

A apresentação detalhada desses aspectos tem permitido o monitoramento feito pelos profissionais e a compreensão por parte dos pais e responsáveis a respeito do que deve ser focado no treino de habilidades no dia a dia.

A prova da mudança na forma de os pais verem seus filhos está na relação direta entre os dados coletados com esses pais e os resultados encontrados na reavaliação, verificando-se que nos casos onde houve retrocesso é nítida a evolução dos pais e responsáveis no conhecimento sobre seus filhos e,  consequentemente, é dado maior enfoque nas intervenções realizadas no ambiente familiar.

No segundo semestre de 2018, foram realizadas 15 avaliações nas quais cerca de 70% dos avaliados apresentaram evolução, 25% permaneceram estáveis e 5% apresentaram algum retrocesso. Vale ressaltar que cerca de 45% dos pais relataram ter mudado de opinião entre uma avaliação e outra, em função da melhora na qualidade de sua observação do dia a dia, possibilitando-lhes focar na real necessidade de seus filhos.

Nas reavaliações semestrais, é de suma importância a participação dos pais junto aos profissionais para que ambos tenham uma melhor definição das metas terapêuticas a serem abordadas no próximo semestre.

Natália Scorvo – Fonaudióloga
Djair Morais de Faria – Psicólogo
Juliana Dias – Terapeuta Ocupacional