De acordo com a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), só no Brasil existem mais de 16 milhões de daltônicos. O distúrbio se caracteriza pela incapacidade de se distinguir algumas cores, especialmente variações de tons de verde e vermelho.

O problema não tem cura e habitualmente é genético. No caso das crianças, traz um grande desafio para pais e educadores: afinal, como apoiar crianças daltônicas no aprendizado das cores?

O primeiro passo é identificar se a criança sofre com o distúrbio. Isso é possível a partir dos três anos de idade, quando ela começa a entender melhor o conceito das cores, passa a fazer desenhos com frequência e geralmente entra na ensino infantil. Para confirmar, é possível aplicar três tipos de testes:

Ishihara: a pessoa precisa observar cartões pontilhados de várias tonalidades diferentes, com um número formado por estes pontos no centro. Caso não consiga encontrá-lo é sinal de que há um distúrbio visual.

Farnsworth: quatro bandejas com cem cápsulas em tons diferentes são apresentadas com o objetivo de que a pessoa separe-as de acordo com as cores, em até 15 minutos.

Lãs de Holmgreen: o conceito é bastante parecido com o teste anterior. Neste caso são apresentados fios de lã de diversas cores e a pessoa precisa separar em grupos com os tons iguais.

Ensinando através do sistema ColorAdd

Criado pelo designer gráfico português, Miguel Neiva, o ColorAdd traz um conjunto de símbolos que que ajuda o daltônico a identificar as cores primárias, que habitualmente ele teria dificuldade em reconhecer. Não é uma cura nem um tratamento para o daltonismo, mas um sistema que auxilia o daltônico a identificar as cores.

São cinco símbolos, direcionados para amarelo, azul, vermelho, branco e preto. O amarelo, por exemplo, é identificado pelo símbolo da divisão simples, com um travessão inclinado.

O ColorAdd se tornou mundialmente famoso e é adotado inclusive por hospitais, por exemplo, em pulseiras de atendimento que definem prioridades por cores. Na educação é também o mais indicado para que as crianças assimilem as cores e possam identificá-las.

Em Portugal, os símbolos foram adotados por uma marca de lápis de cor. Cada um deles vêm com o símbolo correspondente a sua cor gravado na extensão do lápis. Outro exemplo é um jogo de cartas chamado UNO, que já possui versão para daltônicos, em que cada cor vem também com o símbolo correspondente. Outro exemplo é uma marca europeia de roupas, que traz na etiqueta da peça o símbolo ColorAdd.

Para isso é importante que os educadores incluam os símbolos nas atividades que tenham cores envolvidas. Antes disso, é claro, é importante ensinar para toda a classe o significado de cada um deles e até mesmo disponibilizá-los em um mural na sala de aula.

O mesmo vale para atividades – basta incluir dentro de cada imagem com a cor o símbolo que a representa. O material didático, especialmente lápis e potes de tinta também devem ganhar etiquetação que facilite a identificação da cor.

Para incluir as crianças daltônicas na hora de aprender através dos jogos, a PlayTable disponibiliza o TriTri. Ele pode ser usado por até quatro jogadores simultaneamente e cada uma das cores possui o símbolo ColorAdd em seu interior. Um carrossel distribui as cartas para os jogadores e o objetivo é que, a partir da primeira jogada, os demais participantes coloquem na rodada cartas com as mesmas cores do símbolo restante. A cada rodada o número de cartas no centro diminui até se encerrar e reiniciar os pedidos. Ganha quem terminar as cartas primeiro e acertar na disposição das cores.

Fonte: Playtable