Entre as modalidades de habilitação/reabilitação do Centro Especializado em Reabilitação Antônio de Oliveira – CER IV Contagem/APAE-BH, está a modalidade da reabilitação intelectual, cujos serviços são destinados às pessoas com deficiência intelectual[1] e/ou com transtorno do espectro autista[2].
Quando chegam ao serviço, todos os usuários são avaliados por uma equipe multiprofissional composta por profissionais das áreas de psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, terapia ocupacional, assistência social e psiquiatria. Os protocolos/testes utilizados na avaliação embasam o diagnóstico do usuário e as indicações dos atendimentos mais indicados a cada indivíduo.
Após a avaliação, os profissionais responsáveis pelos atendimentos aos usuários elaboram um Projeto Terapêutico Singular (PTS) com o objetivo de definir as estratégias e ações para sua habilitação/reabilitação. Os atendimentos são feitos semanalmente, podendo ser individuais e/ou em grupo, dependendo das necessidades singulares de cada indivíduo.
O processo de habilitação/reabilitação da pessoa com deficiência intelectual e/ou transtorno do espectro autista é organizado com base no ciclo de vida do usuário (infância, adolescência, fase adulta e envelhecimento) e o foco das intervenções não está apenas na condição de saúde do indivíduo, mas, principalmente, na redução do impacto da deficiência sobre sua funcionalidade.
Tanto os atendimentos, individuais ou em grupo, são baseados em propostas cientificamente comprovadas e que atendem às necessidades dos usuários. Nos atendimentos de grupo, além das técnicas específicas, a interação promovida entre os participantes contribui muito para melhores resultados.
O grupo “Cognição e Linguagem”, por exemplo, tem como objetivo favorecer o manejo comportamental e a estimulação das funções cognitivas superiores (atenção, memória, funções executivas, orientação temporal e espacial), de forma a viabilizar o processo de aprendizagem, bem como promover o desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva, gestual, oral e escrita, favorecendo a compreensão, a realização de tarefas e o agir sobre o mundo.
Já o grupo “Estimulação Global do Desenvolvimento” possui objetivos voltados para a promoção articulada e integrada da estimulação global, da amplitude e flexibilidade no processo de desenvolvimento nas áreas motoras, cognitiva e de linguagem. A proposta do grupo é viabilizar a conquista de melhor funcionalidade, inclusão social e o máximo de independência em diferentes aspectos da vida.
Outra proposta importante é a do grupo “Ensino de habilidades sociais e atividades da vida diária” que está diretamente relacionada à estimulação da atividade e da participação do usuário nas tarefas de vida diária. Além de executar as atividades de vida diária em grupo, as intervenções estimulam as habilidades sociais de cooperação, autocontrole, expressividade emocional, assertividade, solução de problemas interpessoais, de civilidade e habilidades interpessoais básicas, como sorriso, contato ocular, adequação comportamental e interpretação de dicas sociais.
A participação da família é fundamental em todo o processo de habilitação/reabilitação do usuário, independentemente da sua condição de saúde e são instruídas a realizar a intervenção continuada, ou seja, na própria residência e/ou em diferentes ambientes. Através da instrução e da demonstração durante os atendimentos, os profissionais preparam os responsáveis para a continuidade do trabalho fora do ambiente do CER IV.
No caso da pessoa com transtorno do espectro autista, são passados às famílias os procedimentos e estratégias que possibilitam o ensino de habilidades básicas, fundamentais para o alcance de resultados satisfatórios. Os atendimentos realizados são embasados na Análise Aplicada do Comportamento (ABA), do inglês Applied Behavior Analysis. Nos atendimentos, além de utilizar as técnicas de uma ciência do comportamento, são utilizadas também as tecnologias assistivas[3].
Quando os objetivos terapêuticos são alcançados, os usuários recebem alta dos atendimentos, lembrando que a condição de saúde não deixará de existir, mas a partir do processo de habilitação/reabilitação, o impacto da deficiência sobre a sua funcionalidade apresentará redução. Então, com a funcionalidade potencializada, existirá a possibilidade de uma melhor qualidade de vida.
Jeyverson Mendes
Gerente da Reabilitação Intelectual do CER IV
[1] A deficiência intelectual é caracterizada pela limitação significativa tanto no funcionamento intelectual como no comportamento adaptativo que se expressam nas habilidades conceituais, sociais e práticas. A deficiência origina-se antes dos 18 anos de idade (AAIDD, 2010, p.1).
[2] O autismo é um transtorno neurológico caracterizado pelo comprometimento da interação social, comunicação verbal e não verbal e, ainda, por comportamento restrito e repetitivo.
[3] “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que dão mais autonomia, independência e qualidade de vida a pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida.”
Bom dia, sou fonoaudióloga do CERIV Noroeste/PBH e temos uma criança de 6 anos, com Síndrome de Down , que está morando agora em Contagem. Gostaria de saber se vocês atendem essa faixa etária na reabilitação intelectual.
Grata,
Carla Regina Matioli
Boa noite, como faço para passa meu filho neuropediatra ele tem 4 anos ainda não falar.
Tô 1ano aguardando neuropediatra