Em parceria com o curso de Engenharia Civil da Unidade Praça da Liberdade da PUC Minas, a APAE BH está desenvolvendo um Projeto de Extensão Universitária incrível, que reúne 16 de seus usuários do programa de Autogestão e Autodefesa, que integra a Gerência de Defesa de Direitos e Apoio à Família.

Trata-se do “Construindo Pontes”, um projeto que tem como objetivo a construção de maquetes fidedignas de pontes, usando palitos de picolé como matéria-prima. Para construírem essas maquetes, os usuários da APAE-BH participam de oficinas de manualidades e recebem periodicamente instruções por meio de vídeos postados pelos alunos da PUC no Instagram (WhatsApp e Youtube), supervisionados pelo professor Paulo Henrique, coordenador do projeto.

A PUC Minas forneceu e entregou todo o material na sede da APAE, para que a assistente social Cleyde Lopes montasse os kits que foram entregues aos participantes. No projeto, foi proposta a divisão dos usuários em três grupos menores, que contam com o apoio de dois extensionistas, alunos dos cursos de Engenharia e também de Arquitetura e Urbanismo. Semanalmente, esses estudantes gravam as etapas de construção da ponte. A cada 15 dias, todos se encontram em uma reunião pelo Zoom, onde exibem o trabalho que fizeram e trocam experiências.

“Esse é um processo de construção no qual nossos usuários estão pondo a mão na massa. Essa é uma oportunidade importante de todos eles fortalecerem os vínculos com suas famílias, que também se envolvem em cada etapa”, analisa Cleyde, assistente social da APAE BH.

Outras habilidades vêm sendo trabalhadas com os usuários da APAE BH, como autoconfiança, trabalho em equipe e sociabilidade.

“O nome do projeto é muito sugestivo, pois ‘ponte’ tem a função de unir dois lados e é exatamente isso o que está acontecendo: de um lado estão pessoas empenhadas em ensinar e, de outro, pessoas ansiosas por aprender”, avalia Elen Mariz, gerente de Defesa de Direitos e Apoio à Família da APAE BH.

“O ‘Construindo Pontes’ é um projeto que proporciona aos alunos da PUC a ratificação de um conteúdo disciplinar e o conhecimento do universo da pessoa com deficiência e o amplo contexto de inclusão. Esse projeto de extensão, ainda que executado virtualmente, vai proporcionar respostas para perguntas que a sociedade nos faz, e uma delas é como a engenharia pode integrar pessoas com deficiência”, afirma o professor Paulo.

Classificado em primeiro lugar geral na seleção de projetos de toda a PUC Minas, o ‘Construindo Pontes’ vem encantando também os alunos da PUC Minas, usuários, familiares e colaboradores do projeto.

“Estou amando a experiência como extensionista do projeto ‘Construindo Pontes’. Nunca havia trabalhado com pessoas com deficiência intelectual e, confesso, pensei que seria difícil. Mas os usuários da APAE são excelentes; eles compreendem muito bem tudo aquilo que falamos. Estou super encantada. Todos são atenciosos, educados, super participativos, são uns amores”, relata a extensionista da PUC Minas Sheilla Viana.

“Tenho notado que são as próprias pessoas que colocam limites no que podem fazer. Quando vemos cada um dos usuários da APAE atuando, percebo que podemos fazer tudo o que quisermos. Temos que respeitar as nossas dificuldades, mas não podemos fazer delas o nosso limitador e pararmos por isso. São muitos os obstáculos que surgirão em nossas vidas; precisamos passar por cima deles para alcançarmos os nossos objetivos. E vejo isso em cada usuário da APAE: estão procurando sempre pular esses obstáculos, dia após dia”, diz Sheilla.

 

“Unir a engenharia com um projeto tão bacana é muito gratificante. Nós estamos ensinando alguns usuários da APAEBH a montarem uma ponte com palitos de picolé. Essas pontes são muito interessantes, porque por mais que sejam de palito de picolé, dependendo de como é produzida ela aguenta uma carga alta. Mas o que mais me deixa feliz é ter esse contato, mesmo sendo virtualmente, com os usuários da APAE! Vê-los super animados com o projeto, se esforçando, desenvolvendo, mesmo com dificuldades, é muito emocionante, inspirador, fico toda orgulhosa! Com certeza meu objetivo vai ser alcançado e vai além: sairei um ser humano bem melhor, solidário e cheio de amor para dar e receber. Não quero parar por aqui!!!”, comemora Raquel, aluna extensionista da Unidade Praça da Liberdade da PUC Minas .