O Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas Famílias – SPEPDI – Atendimento em Domicílio, uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte e a APAE-BH, serviço referenciado nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS, atende, em domicílio, mais de 290 pessoas com deficiência, idosas, com algum grau de dependência, e suas famílias, que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos, comprometendo sua independência e o desenvolvimento da autonomia.
No decorrer do desenvolvimento e atuação prática do serviço foi identificada pela equipe do serviço a necessidade da oferta de atividades, para além dos cuidados essenciais, que visam favorecer uma rotina mais ativa para os usuários e maior efetividade do tempo de permanência do cuidador social no domicílio, minimizando a ocorrência de ociosidade e (re)significando o entendimento sobre o termo ocupação.
Assim, diante do trabalho sendo realizado na modalidade em home office, devido as orientações dos órgãos responsáveis referente às normas para o enfrentamento ao COVID-19, houve a proposta de confecção de recursos utilizando materiais recicláveis ou de baixo custo acessíveis, para serem executados pelos cuidadores sociais que estão com atendimentos suspensos ou reduzidos devido à pandemia, e pelas Terapeutas Ocupacionais (TO) do Serviço.
Os principais objetivos são: ampliar e explorar as habilidades dos usuários, a fim de promover maior participação nas atividades de vida diária (AVD), garantindo, assim, uma melhora na qualidade de vida e uma rotina mais ativa. Além disso, a proposta visa atingir um número considerável de recursos para cada cuidador social possuir e ofertar, conforme indicação e acompanhamento da TO de referência de cada usuário.
Foram criados grupos com cada terapeuta ocupacional de referência, uma supervisora de cuidadores e um número de cuidadores sociais que não estão atuando em horário integral ou todos os dias da semana nos domicílios ou que estão de férias. As orientações e sugestões ocorrem diariamente, através de contato via WhatsApp ou ligações com cada grupo ou individualmente, no período de 11h às 14h.
Os recursos confeccionados, tais como jogo de dama, jogo da velha, atividades para associação de cores, números/quantidades, formas, caixa organizadora para medicamentos com adaptações visuais de cores e/ou imagens e escrita, dentre outros, já estão sendo ofertados aos usuários e observa-se o retorno significativo da utilização desses recursos no acompanhamento realizado pelo cuidador e equipe do Serviço.
Na primeira imagem foi utilizado o jogo de dama, visando estimular aspectos cognitivos de atenção, concentração, troca de turno, noção de estratégia e movimento de pinça fina. A usuária, Sra. Neide, é acompanhada pelo serviço há nove meses, possui 60 anos de idade e reside na Regional Norte. Durante os atendimentos são ofertadas atividades utilizando jogos como recursos terapêuticos confeccionados pela cuidadora social Jéssica.
Dessa forma, a proposta da confecção dos recursos tem sido um grande desafio para os profissionais envolvidos por se tratar de uma demanda nova para a maioria, principalmente para os cuidadores sociais e quanto ao entendimento da importância da indicação de cada recurso criado e as especificidades de cada usuário, bem como o processo de construção e manejo com materiais simples, mas que podem ser confeccionados com recursos de suma importância para estimulação de diversas habilidades do usuário e para promoção de uma rotina mais ativa.
Ao mesmo tempo, observamos os ganhos obtidos pelos usuários no que diz respeito aos aspectos cognitivos e de interação social e o quão rica tem sido a experiência, por meio da qual os cuidadores sociais e terapeutas ocupacionais têm criado uma relação de maior proximidade, o que contribui para uma intervenção e proposta mais assertiva.
Terapeutas Ocupacionais:
Daiana Ramos
Jéssica Hully
Laura Resende
Lucinéa Ferreira