No último dia 24, a Escola Oficina Sofia Antipoff, mantida pela APAE BH, ofereceu a 68 profissionais de educação da Fundação Dom Bosco, da Escola Estadual Pestalozzi e da Escola Estadual José Bonifácio (inclusiva) a capacitação “Processo Ensinar & Aprender: Os Impactos da Pandemia na Educação”.

Com duração de 4 horas, o evento marcou, de forma inovadora e muito participativa, a importância da união entre a Educação Especial e a Educação Inclusiva, no qual a APAE-BH capacitou docentes e discutiu práticas para favorecer o aprendizado da pessoa com deficiência.

A capacitação teve como foco mostrar a todos que a preocupação maior para com os alunos com deficiência deve ultrapassar qualquer discussão além daquela que de fato importa: a necessidade de oferecer uma educação especial verdadeiramente de qualidade. O conteúdo do encontro reforçou conceitos importantes que mostram que o processo de ensinar requer conhecimentos que vão além do currículo, do conjunto de regras e técnicas; que é necessário também que se englobe competências e comportamentos que mostrem criatividade, sensibilidade, troca, diálogo, escuta sensível, empatia e demonstre comprometimento com o processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

Pandemia

Lucianna Gontijo, diretora da Escola Oficina Sofia Antipoff, trouxe aos participantes discussões e reflexões em relação ao processo de ensino e aprendizagem e sobre o impacto da pandemia nesse processo de aprendizagem do aluno com deficiência. “Imaginemos a seguinte situação: o mundo é parado por causa de um vírus que contamina rápido, fácil e tem altas taxas de mortalidade. As pessoas são obrigadas a ficar isoladas durante meses ou anos em suas próprias casas. Diante disso, cabe indagar: quais conteúdos escolares podem ajudar os estudantes nessa situação?”, indaga.

De acordo com ela, no início da pandemia fomos obrigados a trabalhar nossas habilidades sócio emocionais para lidarmos com tantos desafios. “Todos nós tivemos que nos questionar: ‘E agora? O que fazer? Como fazer? Por onde começar?” . Lucianna destacou que o momento que vivemos é um misto de sentimento de dor, de sobrevivência, de fé e de esperança, ao mesmo tempo em que nos questionamos como iremos ficar, como este mundo vai ficar. “Minha mensagem para vocês, professores, é enfatizar que a nossa missão de educar, de fazer a diferença neste mundo não pode parar. Atuamos em uma área que lida com o humano de forma muito intensa. Ao mesmo tempo em que estamos lidando com educação, estamos lidando com a saúde, com o social, mas não estamos com o aluno na nossa frente”, ponderou.

A diretora chamou a atenção para o fato de, neste último ano, o processo de ensino e aprendizagem ter se transformado tanto. As formas habituais de lecionar precisaram ser revistas. Foi preciso modificar o planejamento pedagógico e encontrar alternativas para envolver, motivar e propiciar o desenvolvimento dos estudantes, mesmo que a distância.

Mais encontros

Após a capacitação, Lucianna informou aos educadores que, em breve, novos encontros sobre a temática da educação inclusiva devem ser marcados para que todos possam aprender juntos e, juntos, enfrentarmos as dificuldades. “Nós, professores, temos o poder de marcar a vida de um aluno para sempre. Então, temos uma responsabilidade enorme, porque podemos marcar a vida de um aluno de forma positiva ou marcar a vida desse aluno de forma negativa. A escolha é nossa. A forma como você ensina é que vai fazer a diferença. A educação é a estrutura necessária para passarmos por este momento de pandemia. Vamos nos unir e fazer essa educação acontecer”, ressaltou.

“Agradeço a todas as escolas que hoje estiveram aqui nessa capacitação. Convidamos vocês para ficarem sempre conosco, porque o conhecimento precisa ser compartilhado. A inteligência de vocês precisa ser colocada para fora. O que a gente aprendeu a gente precisa compartilhar. Se mostrem, coloquem para fora aquilo que vocês aprenderam, aquilo que vocês acreditam. Vamos nos unir e vamos fazer essa educação acontecer!

Ao final, os participantes manifestaram alegria em integrar um momento de troca de conhecimentos tão rica. “Quero agradecer não só a APAE, mas também a Pestalozzi, Dom Bosco e José Bonifácio. A gente vai aprendendo aos poucos e todo esse conteúdo que você nos passou hoje foi muito interessante, porque nos deu outra visão de como trabalhar com os alunos. Muita coisa vai mudar e nossos alunos vão poder carregar uma bagagem muito boa sobre tudo isso que conversamos”, disse Elizabeth Macedo, vice-diretora da E. E. José Bonifácio.

“Agradeço demais a oportunidade. Tratamos de uma temática muito importante para o contexto de hoje nesta nossa caminhada”, afirmou Relton Rodrigues Ferreira, supervisor escolar da E. E. Pestallozi.

Priscilla Lima, diretora Escolar da Fundação Dom Bosco, fez questão de reforçar o trabalho conjunto da instituição com a APAE BH. “Em nome da Fundação Dom Bosco eu quero muito agradecer essa parceria que nós temos já há alguns anos. Para nós é fundamental ter a oportunidade de participar de um curso como este que vocês nos ofereceram hoje. Obrigada também a todos os professores que estão conosco na designação. Estamos juntos para vencer mais um ano letivo!”.

“Em nome da Escola Pestalozzi, nós queremos agradecer demais, porque a gente ouviu de você uma quantidade enorme de coisas que a gente precisa repensar na nossa equipe. A partir de hoje, nós vamos voltar para o trabalho com a cabeça diferente. A APAE está contribuindo para a qualidade do nosso trabalho para o resto da vida. Nós não somos únicos neste mundo. Estamos isolados no momento, mas temos que trabalhar em equipe, fazendo a união de forças”, disse Atil Peixoto Rosa, diretora da E. E. Pestallozi.