Amigo, divertido, brilhante, prestativo, companheiro, solícito, culto, leal, ‘fiel escudeiro”. Esses são apenas alguns dos adjetivos pelos quais as pessoas que tiveram a honra de trabalhar e conviver com o professor Heraldo Santos Dutra se referiram a ele quando souberam de seu falecimento, ocorrido ontem, em Belo Horizonte.
Sociólogo por formação, Heraldo começou a atuar no movimento apaeano ainda em 1998. Em 2002, entrou oficialmente para a APAE como Gerente de Projetos e, depois, como Diretor Financeiro, permanecendo na instituição como atuante voluntário e Conselheiro até o ano passado. Há alguns anos, optou por se distanciar da instituição para se dedicar completamente aos cuidados da mãe, já muito idosa, que morava na cidade de Sete Lagoas.
Nos bons anos em que esteve na APAE BH, o professor Heraldo estava sempre desenvolvendo projetos, apoiando eventos, cultivando e viabilizando importantes parcerias. O carinho pelos colegas, pelos “meninos” e pelas mães era sua marca registrada. Galhofeiro, sempre zoava os atleticanos quando o Cruzeiro, seu time do coração, batia nos campos o arquirrival. Criativo e amante das artes, inventava modas e dava ideias que seriam absoluto sucesso de execução na APAE e em toda a comunidade, como foi o Carnaval de 2014, quando sugeriu uma linda e inesquecível homenagem a Emilinha Borba.
Sandy (a quem chamava graciosamente de “Sandeca”) conta que, foi graças a ele que a APAE-BH pôde criar a “Banda da Diversidade”. Além de sugerir o nome e escrever o projeto, Heraldo ajudou a conseguir verba para que a Banda comprasse figurino, instrumentos musicais para o coral e a bateria e também adquirisse equipamentos.
Além de tudo isso, o professor “Herald”, como as mães da APAE o chamavam, foi um verdadeiro incentivador de todas elas. Com muitas orientações, conselhos, dicas, mas também brincadeiras e traquinagens, ele as conquistou através do legítimo carinho que demonstrava. “Me dava umas dicas chiquérrimas nos meus trabalhos”, recorda Alba. “Lembro também de uma festa junina que nós o coroamos rei com uma capa de retalhos e fomos em cortejo atrás dele cantando: ‘você não vale nada, mas eu gosto de você’”, completa ela, muito saudosa.
Já Eva não se esquece: “Uma pessoa maravilhosa. Me ajudou muito com as minhas vendas e eu sempre elogiei ele pelo carinho com as mães”.
Já a amiga fiel de longas datas, Denise não se esquece: “Ele foi uma mente brilhante que ajudou demais a APAE”.
E foi assim, com esse espírito livre, bom, divertido, justo, criativo, competente, amigo, solidário e generoso que Heraldo Santos Dutra inevitavelmente conquistou cada uma das boas pessoas que tiveram a sorte de conviver com ele.
Heraldo faleceu ontem, vítima de um mal súbito. Seu corpo foi sepultado agora há pouco, no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte. Já sua alma, esta certamente permanece viva, brilhando, pungente, inspirando a todos no propósito maior que ele, tão sabiamente, soube como poucos nos mostrar qual é.