A Terapia Ocupacional tem como objetivo principal estimular a maior independência e autonomia dos usuários atendidos na realização das Atividades de Vida Diária (AVD) e nas Atividades de Vida Prática (AVP), considerando suas limitações físicas, cognitivas, mentais e/ou sociais. No Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos e suas Famílias – SPEPDI, Atendimento em Domicílio, a atuação do  terapeuta ocupacional é promover autonomia, inclusão social e melhoria da qualidade de vida desses usuários (pessoas com deficiência e/ou idosas com algum grau de dependência).

O profissional avalia a funcionalidade dos usuários para compreender o seu desempenho na realização das atividades de vida diária, identificando as dificuldades e enaltecendo suas habilidades remanescentes. Em seguida, é elaborado, juntamente com a equipe (assistentes sociais, psicólogos e supervisores sociais), o Plano de Cuidado do Usuário, no qual são elencadas as atividades e orientações aos cuidadores sociais sobre as potencialidades identificadas e como eles poderão auxiliar e estimular a participação do usuário na realização de suas tarefas.

Na avaliação, são identificados aspectos relacionados às habilidades cognitivas, orientação temporal/espacial; informações sobre a escolaridade do usuário para identificar os métodos mais indicados para estimular atenção, concentração e memória, com o objetivo de manter, potencializar e/ou retardar o declínio de sua participação nas AVDs. O profissional avalia, ainda, sua participação e desempenho nas AVDs: higiene pessoal (banho, higiene bucal e uso do banheiro), vestir/despir-se e alimentar-se e, seu desempenho físico, movimentação de membros, ADM (amplitude de movimento), equilíbrio, preensão e coordenação motora global.

Também são analisadas as barreiras arquitetônicas da residência e, quando necessário, são realizados encaminhamentos para os serviços de saúde, Núcleo de Apoio à saúde da Família (NASF), ou são providenciadas adaptações para os dispositivos de tecnologia assistiva: cadeira de rodas, cadeira de banho, andador, engrossador para talher, adaptador para escova de dente, entre outros.

Diante de tais intervenções, 20 usuários foram reavaliados após seis meses, e concluiu-se que:

  • 80% apresentaram melhora considerável no desempenho das AVDs
  • 65% apresentaram maior autonomia, ampliando sua capacidade de escolha
  • 40% melhoraram suas habilidades cognitivas em reconhecer datas, locais e houve ampliação da capacidade de comunicação

Por fim, os casos que se mantiveram estáveis e/ou tiveram declínio no desempenho foram considerados como decorrentes do processo de envelhecimento ou agravo de saúde, como na ocorrência de acidente vascular encefálico (AVE), traumas e/ou outros.

Por: Terapeutas Ocupacionais do Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiências, Idosos e suas Famílias – SPEPDI/APAE-BH

Foto: Usuária do Spepdi atendida pela equipe de T.O. da APAE-BH.