Os usuários do Serviço de Acolhimento Institucional – Casa Lar têm deficiência intelectual, associada ou não a outras síndromes, e, por esta razão, apresentam déficits na linguagem, afetando de várias maneiras a compreensão e expressão dos mesmos.

A linguagem, importante habilidade de acesso ao meio social e interpessoal, é utilizada pela maioria de nós para dialogar, pensar e concluir sobre conceitos.

Didaticamente, a linguagem é representada em três aspectos:

  • forma (fonologia, morfologia e sintaxe),
  • conteúdo (semântica),
  • uso (pragmática).

Visando à melhoria dos comportamentos comunicativos dos usuários deste serviço, os funcionários, após trabalho de conscientização sobre os aspectos da linguagem, procuram valorizar e fazer a leitura das intenções de comunicação. Entre as ações fonoaudiológicas recomendadas aos funcionários estão a valorização das temáticas da pré-linguagem como causa e efeito, o uso convencional dos objetos, o falar de frente para o usuário e esperar sua resposta e, com aqueles que apresentam déficits de linguagem mais significativos houve maior incentivo na sua vez de se comunicar.

Em relação aos usuários que apresentam fala ou potencial para a expressão oral, a orientação foi de viabilizar o resgate da intenção, a ampliação do vocabulário e contextos comunicacionais e da organização do pensamento.

Os usuários que apresentam apraxia de fala são constantemente estimulados à comunicação alternativa por meio de gestos e, às vezes, figuras. Já os que apresentam comprometimento motor de fala mais severo, indicando apraxia de fala grave, entre outros recursos, eles são incentivados a emitir sons.

Para serem compreendidos pelos usuários, os funcionários são orientados a fazerem uso de linguagem clara, objetiva e, às vezes, associando fala e gestos.

Resultados alcançados com este trabalho:

  • Melhora na intenção de comunicação dos usuários,
  • Melhora do tempo de espera dos funcionários para o usuário se comunicar,
  • Viabilização da comunicação do usuário por parte dos funcionários, respeitando o modo como o usuário se comunica (gesto, palavra-frase, palavras, dentre outros),
  • Melhora da compreensão dos usuários,
  • Melhora da interação dos usuários com o seus parceiros de comunicação.

Este trabalho com a pessoa com deficiência deve continuar em todo o seu ciclo de vida, a fim de garantir o desenvolvimento de suas habilidades sociais, dentro de suas limitações. Estímulos bem-sucedidos se tornam eficazes no desenvolvimento do potencial das pessoas.

Flávia Maia Ferraz Lopes – Fonoaudióloga Especialista em Disfagia [vc_images_carousel images=”13135″ img_size=”medium”]