PDI é um processo constituído por um plano de ações que levarão o indivíduo de um estado atual para um estado desejado. Cabe ressaltar que o PDI não deve ser tratado como um material fechado, rígido, nem mesmo como um conjunto de informações sobre o aluno que obrigatoriamente precisa ser obtida.

O que se pretende com esse processo é constituir um instrumento de avaliação e intervenção pedagógica para auxiliar o professor especializado e condução da sua prática na sala de aula. Trata-se de um mecanismo em construção contínua e passível de revisões e adaptações devendo ajustar-se às necessidades de cada professor e, principalmente, da realidade e das necessidades educacionais de cada aluno atendido na Escola Oficina Sofia Antipoff.

Os alunos aprendem até o limite em que conseguem chegar, se o ensino for de qualidade, isto é, se o professor considera o nível de possibilidades de desenvolvimento de cada um e explora essas possibilidades, por meio de atividades abertas, nas quais cada aluno se enquadra por si mesmo, na medida de seus interesses e necessidades, seja para construir uma ideia, ou resolver um problema, realizar uma tarefa.

Precisamos adquirir conhecimentos para ampliar, extrapolar e não nos deixar amarrar, ser fixados a teorias que não suprem as demandas atuais. O professor precisa ser aquele que inspira o aluno a acreditar, descobrir e desenvolver seus potenciais. Além disso, ele precisa ser acompanhado e até superado por seus aprendizes. Esse é um sinal da existência de um trabalho frutífero.

Existem diferentes formas de olhar, compreender e intervir na realidade, a escolha é nossa. Não se trata de reproduzir mecanismos técnicos, na busca e, até mesmo, na crença na neutralidade, para, no futuro, simplesmente dizermos: “Não deu certo!”, “Claro! Como poderia, nem todos aprendem mesmo!”, repetindo eternamente o ato de Pilatos de lavar as mãos, transferindo a responsabilidade aos outros. Todos aprendem!

Os caminhos e os tempos da aprendizagem é que são diferentes. Os processos de ensino e aprendizagem requerem envolvimento, imersão, conhecimento, compressão, escolhas… Portanto, exercite a prática política: faça escolhas e assuma os riscos de cada uma, retome se necessário, avance quando julgar importante, interrompa, abra brechas, cunhe as frestas e vá construindo uma realidade, ou melhor, a sua, de forma consciente, planejada, estruturada, política.

O papel do professor, numa escola que se pauta nos princípios de uma Educação Inclusiva, é de facilitador no processo de busca de conhecimento que parte do aluno. Ele é quem organiza situações de aprendizagem adequadas às diferentes condições e competências, oferecendo oportunidade de desenvolvimento pleno para todos os alunos.

Ressalta Mizukami: “O objetivo da educação, portanto, não consistirá na transmissão de verdades, informações, demonstrações, modelos etc., e sim em que o aluno aprenda por si próprio, a conquistar essas verdades, mesmo que tenha de realizar todos os tateios pressupostos por qualquer atividade real. Autonomia intelectual será assegurada pelo desenvolvimento da personalidade e pela aquisição de instrumental lógico-racional. A educação deverá visar que cada aluno chegue a essa autonomia (MIZUKAMI, 1986, p.71).”

O PDI serve para registrar os dados da avaliação do aluno e o plano de intervenção pedagógico especializado que será desenvolvido pelo professor na sala de aula. É constituído de duas partes, sendo a primeira destinada a informes e avaliação e a segunda voltada para a proposta de intervenção.

Lucianna Gontijo

Diretora Pedagógica Escola Oficina Sofia Antipoff