“A abordagem socioambiental fundamenta-se no potencial de saúde para impulsionar uma vida que vale a pena ser vivida, cujo foco direciona-se ao atendimento das necessidades de saúde dos sujeitos.” (K L Silva e M Akerma)

Sabemos que a intersetorialidade entre a saúde e a escola enfrenta grandes desafios para colocar em ação a troca de saberes e práticas a fim de contribuir com o desenvolvimento do educando dentro da nova concepção socioambiental da promoção da saúde.

Dentro desta nova concepção da promoção da saúde, destacam-se em seu campo conceitual e prático, aspectos físicos, sociais, econômicos e culturais, nos quais os indivíduos estão inseridos. Mas intervenções isoladas de caráter unicamente clínico e fragmentado ainda persistem e estão presentes nas ações da saúde, sendo necessários o desenvolvimento de estratégias intersetoriais, planejamento e conhecimento  das novas práticas para promoção da saúde de indivíduos e comunidades.

Por outro lado, a educação encontra-se também em processo de construção de uma escola inclusiva, capaz de lidar com a diversidade e grandes entraves e desafios numa prática de saberes isolados que eventualmente são compartilhados. No entanto, através da formação continuada dos profissionais de educação, busca-se enfatizar a importância dos saberes interligados.

A escola é espaço de grande relevância para a promoção da saúde, principalmente quando esta questão se insere na constituição do conhecimento cidadão crítico, estimulando-o à autonomia, ao exercício de direitos e deveres, às habilidades com opção por atitudes mais saudáveis e ao controle das suas condições de saúde e qualidade de vida (BRASIL, 2006a, p. 24).

Assim, a partir da Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2012), este nível do Sistema Único de Saúde pode ser caracterizado como:

um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2012, p.21).

Dentro desta concepção da promoção da saúde, a APAE-BH tem contribuído com este modelo socioambiental, promovendo a intersetorialidade nos serviços da instituição, sendo que na educação a parceria está em constante formação, na busca de mais conhecimento e qualidade nos serviços ofertados.

Para tanto, a entidade tem investido na capacitação dos profissionais para estabelecer uma visão que integre saúde, funcionalidade, autonomia e qualidade de vida para alunos com grande diversidade de diagnósticos e características específicas.

Atuando diretamente com os professores, os profissionais de fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicologia têm a oportunidade de agregar conhecimentos profissionais, facilitando e maximizando os resultados obtidos no desenvolvimento biopsicossocial dos usuários. Por meio de observações, análises, treinamentos e intervenções são desenvolvidas as habilidades cognitivas, comunicativas e comportamentais dos usuários a fim de obter resultados positivos que vão além do espaço escolar e/ou da saúde nas habilidades citadas.

Com a formação continuada, a instituição investe na aplicação do Currículo Funcional Natural e da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade), que se completam na construção deste conhecimento, sem, contudo, se esquecer da fundamental importância das reuniões e encontros entre profissionais da saúde e da educação para o desenvolvimento da prática dentro desta perspectiva biopsicossocial.

É essencial enfrentar e vencer os desafios para a construção de uma prática intersetorial biopsicossocial em prol da oferta de um serviço de qualidade ao nosso público-alvo, favorecendo a promoção da saúde e a qualidade de vida.

Bibliografia:

Intersetorialidade, determinantes socioambientais e promoção da saúde – K L Silva,  M Akerman  et al.
CADERNOS DE ATENÇÃO BÁSICA – MINISTÉRIO DA SAÚDE – SAÚDE NA ESCOLA – Brasília – DF – 2009

Lêda Fioravante Diniz
Gerente de Promoção da Saúde – APAE-BH [vc_images_carousel images=”15723,15721″ img_size=”medium”]