Há alguns dias, o garoto Arthur Reuel Fontes Silva, de sete anos, que faz reabilitação auditiva no CER IV de Contagem – Centro Especializado em Reabilitação Antônio de Oliveira, administrado pela APAE-BH, recebeu o seu AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual, concedido por este Centro.

Acompanhado de seu pai, Marcílio Ermelindo da Silva, e de sua avó materna, Floripes Fontes, o garoto era pura expectativa e ansiedade. Após receber o AASI e fazer a adaptação, foi só alegria. O pai, disse: “Foi muito emocionante! A profissional que o atendeu começou a conversar com ele, a perguntar o que ele estava ouvindo e ele repetia”. Arthur ficou cantando e falou: “Pai! Eu estou cantando e ouvindo!” Marcílio afirma que rapidamente viu mudanças no comportamento do filho: “Toda hora o Arthur fica fazendo testes e eu percebi que quando ele está usando o aparelho ele fala mais baixo. Antes falava alto.”

O pai afirma também: “Ele está contando para os coleguinhas e mostrando o aparelho a todos. Creio que na escola teremos ainda mais noção do quanto ele foi beneficiado. Para ele está sendo uma festa! Arthur não fica com medo do que outras crianças podem falar. Ele está querendo mostrar! É visível a alegria que ele está sentindo. O meu filho é muito alto astral e já nasceu sorrindo!”

Essa alegria também é grande no coração de Ruth Santos Fontes da Cruz, mãe de Arthur. Quando o garoto chegou em casa com o aparelho, ela enviou um vídeo à equipe do CER IV. Emocionada, falou: “Oi pessoal! Eu tenho uma coisa muito legal para contar e estou tão feliz que até chorei. A gente acabou de agradecer a Deus pelo presente que nós ganhamos: um aparelho para o Arthur ouvir.” Em seguida Ruth fez alguns testes e o filho foi respondendo para mostrar que estava bem adaptado ao aparelho. Ela finaliza o vídeo agradecendo: “Eu estou grata a Deus porque agora você vai ouvir cada vez melhor e isso vai te ajudar na escola e em tantas coisas. Valeu pessoal!”

A nossa equipe conversou com Ruth. Ela nos contou que quando recebeu o diagnóstico de que Arthur não ouvia, foi um choque, mas que ele a ajudou a superar todo o processo. Segundo ela, depois de ter chorado muito, hoje ela não vê mais a deficiência do filho como um problema. “No dia em que eu fiquei procurando palavras para explicar a ele que o aparelho auditivo ia ajudá-lo, ele olhou para mim e falou: Mãe fica calma! O meu primo usa aparelho nos dentes, o meu colega usa óculos, eu vou usar aparelho auditivo. O meu filho é uma pessoa muito positiva”, conta orgulhosa.

De acordo com Ruth, por ter deficiência auditiva, Arthur tem direito a um monitor na escola e os colegas o ajudam muito também. “Tem sido um processo muito bom. Eu estou feliz, pois sei que o aparelho vai potencializar a aprendizagem dele em sala de aula. Temos boas expectativas”, afirma.

Não só na escola, mas nos momentos de lazer, o garoto quer mostrar aos colegas a novidade. “Teve um domingo que ele foi à Toca da Raposa, jogou bola com outras crianças, se divertiu e fez questão de mostrar o aparelho. Foi muito divertido para ele”, conta Ruth.

Tanto o pai quanto a mãe se mostraram muito agradecidos e satisfeitos com o atendimento prestado pela equipe da CER IV. “Eu e a mãe dele não temos a menor condição de comprar o aparelho. Então, ter recebido esse presente nos deixou muito gratos. Os profissionais são excelentes e muito atenciosos”, afirmou Marcílio. Ruth também ressaltou o tratamento que tiveram: “A equipe é muito acolhedora e nos recebeu muito bem. O Arthur sempre volta de lá feliz, contando empolgado como foi o atendimento. O interessante desse trabalho de reabilitação é que ele vai além do diagnóstico. O aparelho auditivo era algo muito fora da nossa realidade e esperamos muito por esse momento que estamos vivendo. Eu só tenho a agradecer e parabenizar a equipe!”

Sorrindo, Arthur finalizou: “Eu quero agradecer a todas as pessoas que me ajudaram a fazer desse sonho uma realidade. Que Deus abençoe a todos!”

Daniela Teodoro, Gestora de Saúde do CER IV de Contagem, comentou sobre o que sentiu diante dos depoimentos de Arthur e sua família: “Eu fiquei emocionada e muito feliz. É gratificante perceber a alegria da família e principalmente da criança que recebeu uma tecnologia assistiva que lhe permitirá experimentar o mundo de outra forma. Esse trabalho é realizado com muita seriedade e amor pela equipe do CER IV, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem e eu espero que a partir de agora, o Arthur tenha uma qualidade de vida melhor.”

 

Entenda mais sobre a história de Arthur Reuel:

Segundo Ruth, mãe de Arthur, durante a sua gravidez o bebê teve encefalite herpética, o que afetou seu ouvido direito. “Além disso, ele aspirou mecônio, nasceu com plaquetas baixas e ficou os dois primeiros meses de vida internado no CTI – Centro de Tratamento e Terapia Intensiva do Hospital de Contagem”, conta. Até 1 ano, ele teve acompanhamento com neuropediatra e infectologista, mas os médicos ainda não tinham o diagnóstico de que a audição de Arthur havia sido comprometida.

O garoto entrou para a escola e, de acordo com a mãe, as professoras o incentivavam a participar das aulas com música e ele se destacava. “Por isso, nós da família não percebíamos que ele poderia ter problemas auditivos. Ele falava, mas com um pouco de dificuldade as palavras com a letra R.”

Aos 4 anos, os profissionais da escola onde Arthur estudava perceberam que ele ficava disperso durante as atividades coletivas. Foi quando ele começou a fazer vários exames clínicos e audiometrias. “A partir desse momento foi descoberto que Arthur não ouvia do lado direito e que essa perda total da audição havia sido causada pela encefalite herpética”, conta a mãe.

 

AASI – Aparelho de Amplificação Sonora Individual

O aparelho é um dispositivo eletrônico, considerado uma tecnologia assistiva, que possui a função de captar e amplificar os sons do ambiente, ajudando as pessoas com deficiência auditiva a percebê-los. A condução do som é feita pela captação das ondas sonoras pelo microfone do AASI, os sons são amplificados, transmitidos ao receptor e encaminhados para o ouvido interno. Posteriormente, esses sons são transformados em impulsos que, por sua vez, são captados pelo cérebro, onde a informação auditiva será processada. A escolha do melhor modelo do AASI para o usuário é feita somente após avaliação e conclusão do diagnóstico audiológico, incluindo o tipo, o grau e a configuração da perda auditiva.

A Portaria nº 589, de 8 de outubro de 2004, do Ministério da Saúde, permite a concessão gratuita do AASI e o atendimento integral a todas as pessoas com deficiência auditiva. Este atendimento inclui: diagnóstico, consultas, exames audiológicos, seleção, adaptação, concessão de AASI e terapia fonoaudiológica.

De acordo com Dayane Leal, Gerente da Reabilitação Auditiva do CER IV de Contagem, para a conclusão do diagnóstico e definição da conduta mais adequada a cada caso, o CER IV conta com uma equipe multidisciplinar composta por otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, psicólogo, neurologista e assistente social. Para a concessão gratuita do AASI, o usuário precisa ser elegível, conforme a Portaria nº 587, de 07 de outubro de 2004, Anexo IV (diretrizes para o fornecimento de aparelhos de amplificação sonora individual).

Crédito: Assessoria de Comunicação APAE-BH [vc_video link=”https://www.youtube.com/watch?v=D7PpOzDB_aE” title=”Depoimento Ruth da Cruz e Arthur Reuel”] [vc_images_carousel images=”16428,16429,16434,16430″ img_size=”medium”]