O projeto de um estudante de doutorado da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ajuda desenvolver competências emocionais para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou deficientes intelectuais. “Michelzinho” é um personagem virtual inteligente em forma de jogo para celular, criado por Adilmar Coelho Dantas através de uma tese de mestrado que trabalhava emoções da face.
A plataforma ajuda as pessoas a reconhecer e expressar alguns sentimentos de forma natural e o projeto contou com recursos de inteligência artificial, que é similar à inteligência humana, para executar expressões faciais e facilitar o reconhecimento de cada jogador.
O objetivo é criar situações através de jogos para que a criança possa aprender as emoções e, posteriormente, aplicá-las em situações reais. Cada etapa do jogo conta com seis fases, uma para cada emoção básica: alegria, tristeza, raiva, medo, desgosto e surpresa, além de jogos extras. Mais de 50 mil expressões de usuários foram analisadas pelo jogo.
O autismo pode ser identificado através de alguns comportamentos, como falta de relacionamento interpessoal, contato visual, frieza emocional e dificuldades em focar em algumas atividades. No entanto, é necessário passar pelo médico para diagnosticar cada caso.
“Está na moda diagnosticar crianças como autistas sem mesmo passar por um médico especialista, por isso é importante buscar orientação correta e evitar danos”, chamou atenção o doutor em Psicologia e Desenvolvimento Humano e co-orientador de Dantas no projeto, Celso Gonçalves. “Não vamos curar o autismo, mas vamos estimular a criança para ela se ajustar melhor ao mundo”, disse.
Em agosto de 2017, Naiara Silva recebeu o diagnóstico do filho Dom, de três anos e quatro meses. Ele tem autismo não-verbal de auto funcionamento, que é um grau leve, mas com características marcantes, como a observação do funcionamento das coisas. “Ele gosta de observar tudo, como é cada detalhe de um brinquedo, o funcionamento, como ele pode montar e desmontar. Ele também é uma criança musical, adora desenhos, pintar e brincar com legos”, contou a mãe.
A rotina da criança é agitada. Ele estuda em tempo integral em uma creche e faz acompanhamento com fonoaudiológa, terapeuta ocupacional e neuropediatra para desenvolver a fala e emoções. Toda a rotina de Silva foi adaptada para oferecer um bem estar para o filho e, através das atividades da rotina de Dom, ela consegue estabelecer uma vida mais saudável para o garoto.
Fonte: Portal G1.com