Nesta semana, o serviço de Ostomia foi iniciado no CER IV de Contagem (Centro Especializado em Reabilitação Antônio de Oliveira), administrado pela APAE-BH. Este serviço faz parte da Reabilitação Física e consiste em desenvolver ações de reabilitação que incluem orientações para o autocuidado, prevenção, tratamento de complicações do estoma e fornecimento bolsas coletoras, adjuvantes e barreiras protetoras de pele. Este fornecimento é feito pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e são contemplados usuários de Contagem, Sarzedo e Ibirité.
De acordo com Flávia Godoy, enfermeira do CER IV de Contagem, os dispositivos variam de acordo com a necessidade de cada usuário e podem ser: bolsa de colostomia e ileostomia (para fezes) e de urostomia (para urina). Os usuários são avaliados pela equipe de Ostomia e recebem o necessário para o tratamento, de acordo com a necessidade, ou seja, o que for mais adequado. Flávia afirma que o usuário e sua família são informados sobre como será o procedimento, o tipo de bolsa mais indicado para o caso, como deverá ser feita a higienização (processo de lavagem) e recebem, também, todo o material a ser utilizado durante o mês. Após os 30 dias, o usuário poderá retornar ao CER IV para receber mais dispositivos para continuar o tratamento.
Maria Efigênia Aleixo Nogueira, de 73 anos, é uma das usuárias beneficiadas pelo serviço e sua filha, Elaine Aleixo Nogueira Matias, contou que desde 2016 sua mãe apresentava problemas causados por infecção por bactéria. Após longo tratamento, ela se submeteu a uma cirurgia no intestino e precisou colocar a bolsa de colostomia.
Maria Efigênia teve alta e, segundo sua filha foi necessário comprar uma nova bolsa de colostomia que custou R$60,00, além da presilha da bolsa. “Eu tomei um susto, já que não temos como arcar com mais essa despesa, pois as trocas das bolsas são frequentes. Então, fui ao posto de saúde para ver se tinha alguma alternativa e foi quando me indicaram o CER IV”. Elaine destaca que ficou muito satisfeita com o atendimento: “Fomos muito bem recebidas, minha mãe está sendo atendida com todo o cuidado e estou encantada com a infraestrutura do CER IV. A Flávia, enfermeira, nos explicou tudo o que é necessário para o tratamento e ainda recebemos as bolsas para poder trocar. Não teríamos a menor condição de comprar, pois minha mãe vai precisar de cerca de 10 bolsas por mês, o que geraria um custo de R$ 600,00. Para nós é muito bom ter esse espaço e essa assistência que o CER IV está nos proporcionando.”
Durante o atendimento no CER IV, enquanto realizava os procedimentos, Flávia explicou a forma correta de retirar a bolsa de colostomia, fazer a higienização, colocar a nova bolsa e como usá-la. A enfermeira comentou que é muito gratificante desenvolver este trabalho e reiterou: “Ver que as pessoas saem do CER IV realmente agradecidas e contentes é muito bom. A equipe e a estrutura física daqui colaboram para que o serviço seja de qualidade.”
Flávia comentou que o caso de Maria Efigênia é temporário: “Ainda não há uma data para que seja feita a reversão, mas assim que for possível, ela não precisará mais utilizar a bolsa de colostomia. Depende de cada caso, há os reversíveis e os irreversíveis”.
Ao final do procedimento, a usuária Maria Efigênia disse que agora está mais tranquila e afirmou: “Sei que estou em boas mãos e sendo tratada com muito carinho pela enfermeira Flávia e por toda a equipe. Estou sentindo que com esse tratamento logo estarei boa. Está bom demais! Só tenho a agradecer.”
Aline de Oliveira, Fisioterapeuta e Gerente da Reabilitação Física do CER IV de Contagem, se mostrou satisfeita. “Nós estávamos ansiosos para iniciar o serviço. Foram meses de estudo e planejamento para ser realizado um trabalho de qualidade. Contamos com uma equipe interdisciplinar que prima pela reabilitação do estomizado para restituir-lhe as atividades do convívio social, familiar e laborativa. Estamos muito felizes em realizar esse trabalho.”
Conheça um pouco mais sobre Ostomia:
Todos os anos, milhares de pessoas se submetem à estomia, um procedimento que salva vidas e alivia o sofrimento causado por algumas doenças ou condições intestinais ou urinárias.
Estoma intestinal ou urinário é uma abertura cirúrgica realizada no abdômen, para possibilitar a saída das fezes ou da urina para uma bolsa. O estoma pode ter caráter temporário ou permanente. Existem três tipos principais de estomias:
A colostomia é o tipo mais comum de estoma e é construída a partir do intestino grosso (o cólon). Geralmente elimina fezes de consistência normal ou levemente pastosa, não corrosivas à pele e gases com odor normal.
A ileostomia é construída a partir do intestino delgado (o íleo) e elimina fezes líquidas ou semilíquidas corrosivas à pele, com odor e gases reduzidos.
A urostomia é construída conectando os ureteres a uma parte do intestino delgado que foi isolada para formar o estoma. Elimina urina com características normais e em fluxo constante.
A bolsa coletora é um equipamento essencial para a pessoa estomizada, pois funciona como uma extensão do seu corpo. Assim, é importante realizar o autocuidado para manter a qualidade de vida. A bolsa coletora é formada por um saco para coletar as fezes ou a urina, acoplado a uma placa adesiva para fixá-la ao abdome e proteger a pele do contato com o material eliminado pelo estoma.
Existem vários tipos de bolsas e sua indicação depende do tipo de estoma, tipo de material eliminado, idade, estilo de vida, presença de alterações no estoma ou pele ao redor e diversos outros fatores que serão avaliados pela equipe de saúde e pela pessoa estomizada.
Fonte: http://www.saude.mg.gov.br/ostomizados
Crédito: Assessoria de Comunicação APAE-BH