Aulas de slackline trabalham autoestima e transformam vida de alunos da APAE
Todos os dias, quando os ponteiros do relógio apontam 7h, Danielle Pereira já está pronta para pegar o ônibus, sempre na companhia da mãe, rumo à Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), no bairro Santa Tereza, região Leste da capital.
Às terças e quintas, porém, acordar cedo tem significado especial para a estudante, já que são os dias das aulas de slackline, ministradas pelos “anjos da guarda” Guilherme Melo, Arthur Martinez e Vinicius Lopes.
Praticantes da modalidade em nível avançado, os três viram na APAE a oportunidade ideal de mudar a vida de pessoas com deficiência intelectual. Danielle, de 37 anos, é uma das beneficiadas. Integrante do Programa Trabalho Emprego e Renda, desenvolvido na associação, ela e colegas são preparados para encarar os desafios do mercado profissional.
“O slackline trabalha o medo, dá autoconfiança e ensina a respirar e se concentrar”
Vinicius Lopes – Voluntário
“O slackline melhorou e muito a minha vida. Meus pés não ficam mais bambos e até já consigo subir no ônibus sem ajuda”, conta a dedicada aluna. “É uma atividade diferente. Eu tinha muito medo no início, mas hoje tenho muita confiança”, acrescenta, com brilho ímpar no olhar.
Atualmente, o Movimento APAEano, congrega mais de duas mil filiadas prestadoras de serviços para cerca de 250.000 pessoas com deficiência. É o maior movimento social do mundo em sua área de atuação.
De acordo com Darlene Lobo, gerente do programa, a evolução dos participantes salta aos olhos. De 12 de fevereiro até agora, fim de abril, as aulas mudaram a rotina e também o comportamento dos alunos, de 14 a 56 anos.
“Se compararmos uma foto do início do programa com a situação hoje, dá para notar uma grande diferença de postura e firmeza. Nas aulas eles aprendem a cair e, com isso, lidar com a frustração. Aprendem que é preciso levantar e tentar novamente”, comenta Darlene.
Realização
Satisfeitos com o resultado, os voluntários vibram com o sucesso da iniciativa. Apesar de não serem remunerados, eles afirmam que a maior riqueza é acompanhar de perto e, principalmente, ajudar na evolução de Danielle e companhia.
“Notamos evolução na essência deles. Cada dia mais, eles vêm às aulas por vontade própria”
Arthur Martinez
Voluntário.
“É extremamente gratificante. Os meninos nos tratam com muito carinho. Conseguimos notar a evolução na essência deles. Cada dia mais, eles vêm por vontade própria e nos agradecem pelos ensinamentos”, analisa Vinicius.
Para tornar possível a realização das aulas, ele, Guilherme e Arthur utilizam os próprios equipamentos e tiram dinheiro do bolso para chegar à APAE.
Desafio dos voluntários é expandir projeto para outras instituições da capital
Apesar do balanço positivo e dos elogios que recebem diariamente na APAE, os voluntários do projeto que ensina o slackline a dezenas de pessoas com deficiência intelectual não se dão por satisfeitos.
Além de buscarem parceiros e apoiadores para melhorar a estrutura das aulas, Vinicius, Arthur e Guilherme também sonham ver a iniciativa reconhecida em outros cantos da cidade.
Cientes das dificuldades que terão para encontrar ajuda financeira, os professores estudam a melhor maneira de consegui-la. Encaixar o projeto em alguma lei de incentivo, por exemplo, é um dos caminhos.
“Tenho prazer de ter aulas com eles. Hoje me equilibro bem mais que antes. Me sinto muito mais focado”
João Pedro Teixeira – Praticante
Recomendação
Se depender do apoio dos alunos que já participam das atividades, o trio pode ficar sossegado. O desenvolto João Pedro, por exemplo, não poupa elogios aos novos amigos.
“É uma experiência que estou adorando. Tenho prazer de ter aulas com eles. Estou equilibrando bem mais que antes e me sinto muito mais focado”, conta o aluno, de 18 anos.
Na APAE desde os 11, o jovem leva os ensinamentos para casa. No tempo livre, inclusive, aproveita para repetir exercícios e conhecer mais sobre o esporte que virou grande paixão.
Além Disso
O Programa Trabalho Emprego e Renda, da APAE-BH, busca constantemente estimular os usuários a desenvolverem e trabalharem novas competências no âmbito técnico/operacional, mas, sobretudo, comportamental. Neste sentido, torna-se fundamental a preparação e formação das Pessoas com Deficiência Intelectual (PCDI) estimulando potenciais e habilidades para que possam ser inseridas no mercado profissional de forma competitiva e eficaz.
Saiba Mais
O slackline é uma prática corporal realizada em uma fita estreita e flexível, de nylon ou poliéster, tencionada em dois pontos fixos, onde são realizados movimentos estáticos e dinâmicos. O objetivo principal é buscar a harmonia entre corpo e mente e manter-se equilibrado na fita. O esporte teve origem nos anos 1980, com os escaladores que passavam semanas acampando para buscar novas vias na montanha.
Quando o clima não favorecia a escalada, eles esticavam as fitas dos equipamentos e exercitavam-se tentando se equilibrar sobre elas. Com o passar dos anos a brincadeira tornou-se um esporte e vem se popularizando mundialmente. Esporte considerado completo, aliando resistência física, consciência corporal e concentração, o slackline vem ganhando milhares de adeptos. Atividades como surf, skate, escalada ou corrida no parque são elevadas a outro nível de prática com a ajuda da modalidade.
Jogos, brincadeiras e esportes constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios físicos, intelectuais e sociais para a pessoa com deficiência intelectual. Por meio destas atividades, ela desenvolve a imaginação, a confiança, a autoestima, o autocontrole e também a cooperação.
Com base neste cenário, a associação deu início ao projeto “Pontes Invisíveis – O Slackline como fonte de desenvolvimento e inclusão social na educação especial”, que acontece todas as terças e quintas-feiras, em dois períodos, ministrado pelos voluntários Guilherme Melo, Arthur Martinez e Vinicius Lopes. Cabe frisar que todos receberam treinamento para entender os limites e barreiras dos usuários da APAE.
Cientes das dificuldades que terão para encontrar ajuda financeira, os professores estudam a melhor maneira de consegui-la. Encaixar o projeto em alguma lei de incentivo, por exemplo, é um dos caminhos.
Cientes das dificuldades que terão para encontrar ajuda financeira, os professores estudam a melhor maneira de consegui-la. Encaixar o projeto em alguma lei de incentivo, por exemplo, é um dos caminhos.
Cientes das dificuldades que terão para encontrar ajuda financeira, os professores estudam a melhor maneira de consegui-la. Encaixar o projeto em alguma lei de incentivo, por exemplo, é um dos caminhos.
Jogos, brincadeiras e esportes constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios físicos, intelectuais e sociais para a pessoa com deficiência intelectual. Por meio destas atividades, ela desenvolve a imaginação, a confiança, a autoestima, o autocontrole e também a cooperação.
Jogos, brincadeiras e esportes constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios físicos, intelectuais e sociais para a pessoa com deficiência intelectual. Por meio destas atividades, ela desenvolve a imaginação, a confiança, a autoestima, o autocontrole e também a cooperação.
Saiba Mais
O slackline é uma prática corporal realizada em uma fita estreita e flexível, de nylon ou poliéster, tencionada em dois pontos fixos, onde são realizados movimentos estáticos e dinâmicos. O objetivo principal é buscar a harmonia entre corpo e mente e manter-se equilibrado na fita. O esporte teve origem nos anos 1980, com os escaladores que passavam semanas acampando para buscar novas vias na montanha.
Quando o clima não favorecia a escalada, eles esticavam as fitas dos equipamentos e exercitavam-se tentando se equilibrar sobre elas. Com o passar dos anos a brincadeira tornou-se um esporte e vem se popularizando mundialmente. Esporte considerado completo, aliando resistência física, consciência corporal e concentração, o slackline vem ganhando milhares de adeptos. Atividades como surf, skate, escalada ou corrida no parque são elevadas a outro nível de prática com a ajuda da modalidade.
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