Aprender a ler é imprescindível para viver com autonomia na sociedade. Aqueles que não conseguem efetuar essa aprendizagem acabam ficando em situação de grande desvantagem.
O professor é o mediador e o condutor da aprendizagem, então precisa ter clareza que o processo de aprendizagem acontece a partir de experiências que podem ser organizadas em cinco níveis de aprendizagem, conforme a pirâmide hierárquica abaixo:
Conforme essa hierarquia, uma aprendizagem está vinculada à anterior, ou seja, sem a experiência da percepção não se chega à formação de imagem. Sendo assim, o professor que trabalha com alunos com deficiência intelectual, precisa adequar sua prática ao nível em que seu aluno se encontra. Alunos que não fazem imagem mental não se alfabetizam, pois a formação de imagem refere-se à sensação ou informação já recebidas e percebidas; está relacionada aos processos de memória.
Comunicação Alternativa e Tecnologia Assistiva são consideradas ferramentas importantes para o desenvolvimento intelectual do aluno, pois cada um se desenvolve no seu tempo e cada indivíduo tem suas capacidades diferenciadas…
Caberá ao educador e também à equipe pedagógica criar atividades de acordo com as possibilidades de seus alunos, respeitando a aprendizagem e criando uma relação de confiança e crescimento.
Um dos nossos diferenciais é saber respeitar o ritmo de desenvolvimento de cada aluno, criando estratégias para facilitar a aprendizagem do educando.
Com isso, é importante compreender que o aprendizado não é o mesmo que desenvolvimento, “o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer” (VIGOTSKI, 2007, p. 103).
Justamente pensando desta forma, organizamos nossa biblioteca para que todos os alunos pudessem ter o momento de incentivo à leitura. Precisamos considerar esta ação como um movimento de incentivo não somente ao ato de “saber ler”, mas sim ao movimento de interpretação de imagens, de escuta e incentivo à curiosidade, favorecendo um maior desenvolvimento crítico e intelectual dos alunos, bem como estimulando o seu imaginário.
A atividade de leitura para pessoas com deficiência intelectual requer dedicação, entusiasmo e constante atualização para trabalhar os variados recursos pertinentes à exploração da ludicidade, do brincar aprendendo, do desenvolver potencialidades escondidas (SILVA; FACHIN, 2002).
Vale destacar que cada aluno, em especial, tem uma maneira de ser estimulado e isto é valorizado na medida em que interagimos com eles.
A leitura é produção de significados, é o trajeto percorrido para se construir a significação, pois nesse processo o aluno vai atribuindo sentidos ao que é “lido”; sentidos esses que serão revelados durante a interação.
O professor deve enaltecer o uso social da língua e usar ilustrações e fichas de leitura. O objetivo delas é fazer com que o estudante se acostume a relacionar imagens com textos. A inclusão de músicas, brincadeiras orais, leituras com entonação apropriada, poemas e parlendas ajuda a desenvolver a oralidade. Usamos, por exemplo, brinquedos para incentivar a leitura, associação de palavras x objetos e a categorização.
Diante disso, defende-se o princípio de que ao ensinar leitura o professor deve partir da realidade do aluno, do seu grau de dificuldade, pois este deve estar apto a argumentar ativamente sobre o que leu, por meio de pistas deixadas pelo autor e, também, fazendo inferências ao seu conhecimento de mundo.
Ler para os alunos tornou-se uma atividade prazerosa, uma vez que o interesse pela leitura por parte dos alunos está crescendo, tornando-se um hábito. Assim, esperamos contribuir para o crescimento e desenvolvimento deles, visando uma vida mais feliz e sua verdadeira aceitação e integração à sociedade.
REFERÊNCIAS:
- FERREIRO, Emília. Com todas as letras. São Paulo: Cortez, 1992.
- FIGUEIREDO, Rita Vieira de. GOMES, Adriana L. Limaverde. FERNANDES, Anna Costa. Atendimento Educacional Especializado para alunos com Deficiência Mental. São Paulo: MEC / SEESP, 2007.
- FREIRE, Paulo.A Importância do ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 87 p.
- Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 23 ed. São Paulo: Paz e terra, 2002.
- NUNES, Terezinha. BUARQUE, Lair. BRYANT, Peter. Dificuldade na Aprendizagem da Leitura: Teoria e Prática. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1997.111 p.
Lucianna Gontijo – Diretora Pedagógica da Escola Oficina Sofia Antipoff da APAEBH.
Olá, estou em busca de uma vaga para meu filho de 11 anos autista ele se chama Gabriel. Gostaria de mais informação
Olá, tudo bem?
Agradecemos seu contato com a APAE BH, hoje atendemos mais 7 mil pessoas, com deficiência e seus familiares, oferecendo serviços de saúde, educação e assistência social.
1 – Assistência Social – Nossos serviços de assistência social são voltados para pessoas com deficiência intelectual/múltipla e autismo a partir de 16 anos e para acessá-lo é necessário entrar em contato pelo telefone 31 3489-6930 ou pelo e-mail acolhimento@apaebh.org.br e marcar um atendimento de acolhimento com a assistência social especificando a sua demanda.
2 – Educação – A APAE BH é mantenedora da Escola Oficina Sofia Antipoff, escola de ensino especializado para alunos com deficiência intelectual/múltipla e autismo a partir dos 6 anos de idade para cursar 1º ao 6º ano do ensino fundamental e, a partir de 15 anos, para fazer a Educação de Jovens e Adultos, ensino fundamental. Para acessá-la é necessário entrar em contato pelo telefone 31 3489-6930 ou pelo e-mail acolhimento@apaebh.org.br e marcar um atendimento de acolhimento com a assistência social especificando a sua demanda.
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