A habilitação/reabilitação da pessoa com deficiência visual é uma das modalidades de atendimento oferecida pelo Centro Especializado em Reabilitação Antônio de Oliveira – CER IV Contagem/APAE-BH e adota um olhar para as necessidades desse público, em sua totalidade, e não apenas sob o ponto de vista biológico que ocasionou a perda visual. Para tanto, a equipe multiprofissional utiliza o modelo de avaliação proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS): Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde.
Os usuários que possuem cegueira em um olho e visão subnormal em outro, cegueira em ambos os olhos ou visão subnormal em ambos os olhos são avaliados pela equipe multiprofissional composta por oftalmologista, assistente social, psicólogo, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, técnico de orientação e mobilidade e pedagogo. A necessidade de tratamento clínico ou cirúrgico, prescrição das órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção (OPM visual) é definida pelo oftalmologista. Além disso, um fisioterapeuta e um terapeuta ocupacional, altamente capacitados em deficiência visual, realizam a avaliação da visão funcional do usuário e coletam dados quantitativos e qualitativos, sobre o desempenho e o uso funcional da visão.
A avaliação pelos demais profissionais da equipe multiprofissional é feita de acordo com a demanda de cada usuário com intuito de eliminar e/ou minimizar o impacto da perda visual no seu desenvolvimento global e na sua funcionalidade.
Após concluir o processo de avaliação, os profissionais elaboram o Projeto Terapêutico Singular (PTS), de acordo com as necessidades de cada usuário, familiares e/ou cuidadores. Nesse momento, é elaborado o programa de tratamento, incluindo as metas e estratégias e respeitando as necessidades de cada usuário. Para que o processo de habilitação/reabilitação seja efetivo o mesmo é realizado semanalmente, de forma individual e/ou em grupo.
Após a elaboração do PTS, a continuidade do processo de habilitação/reabilitação envolve:
- estimulação visual;
- adaptação e uso correto dos auxílios ópticos [1] e não ópticos [2], bengala e prótese ocular;
- treino de orientação e mobilidade;
- treino das atividades de vida diária, como por exemplo, alimentação, vestuário, higiene pessoal e autocuidado;
- treino das atividades de vida prática, que incluem o manuseio do telefone, do computador, dos aparelhos de telecomunicação para cegos, o uso do transporte, administração financeira, dentre outros;
- Atendimentos especializados (leitura e escrita em Braille e informática);
Entretanto, o êxito do processo de habilitação/reabilitação dos usuários está diretamente relacionado ao trabalho em conjunto com a família e à continuidade desse trabalho no ambiente familiar. Sendo alcançados os objetivos propostos do PTS ou observada a melhora da funcionalidade e da qualidade de vida do usuário, os profissionais responsáveis por seu atendimento emitem um relatório e concedem alta dos atendimentos.
[1] Recursos que auxiliam a pessoa com deficiência visual a melhorar sua visão residual.
[2] Recursos que aumentam a resolução visual, através de modificações dos materiais e condições do ambiente.
Dayane Leal
Gerente da Reabilitação Auditiva e Visual do CER IV
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